Moradores se revoltam com corte de árvores em Embu das Artes

Moradores se revoltam com corte de árvores em Embu das Artes

Moradores do centro de Embu das Artes foram surpreendidos nesta semana por uma medida radical da prefeitura: remover mais 20 árvores, que estavam na calçada, para dar lugar a vagas de estacionamento.

Segundo relatos de moradores, que preferem não se identificar, elas foram plantadas há mais de 30 anos. Oficialmente, a justificativa para o corte é adequar as calçadas às normas de acessibilidade na obra de viária que está em andamento.

Nas redes sociais, moradores se posicionam contrários às medidas. A renomada artista embuense Raquel Trindade aparece em vídeo convocando a população para ir às ruas na última segunda-feira (02), quando vizinhos se manifestaram contra a ação da prefeitura.

Os moradores foram conversar com os técnicos, para interromper a derrubada até que pudessem falar com a prefeitura. A ação não conseguiu barrar a retirada de pelo menos cinco árvores sadias.

REUNIÕES

Uma comissão de moradores foi recebida pelo secretário de obras Nelson Pedroso. Ele afirmou que o corte é indispensável para permitir a passagem de cadeirantes e que o alargamento da calçada também vai ser positivo nesse sentido. Ressaltou ainda que pretendem fazer a compensação ambiental com o plantio de novas mudas.

Os membros da comissão questionaram a remoção, com argumentos de que o alargamento da calçada já resolveria a acessibilidade e que esse corte beneficiaria apenas os lojistas, com vagas exclusivas nas calçadas em frente seus comércios.

Diante do impasse, foi convocada uma nova reunião para a próxima sexta-feira (06) com representantes de moradores, comerciantes e cadeirantes.

DEPOIMENTOS

A Sociedade Ecológica Amigos de Embu (SEAE), ouviu alguns depoimentos das partes envolvidas. A visão da ONG é que a remoção de quase todas as árvores da avenida, árvores saudáveis, para dar lugar a vagas de carro é um absurdo inaceitável que não tem a ver com acessibilidade. Plantar mudinhas de 1 metro de altura atenuam o impacto da remoção de tantas árvores adultas de mais de 10 metros.

A moradora Mara Cruz, ativista, questiona a argumentação da prefeitura: “as árvores que eles removeram foram substituídas por vagas na calçada para atender as lojas, não teve nenhuma vantagem para cadeirantes”.

Paulinho, cadeirante e morador da região defende: “precisamos sim de melhorias no calçamento, mas nunca exigimos isso ao custo de tantas árvores”.

Cleusa, proprietária de imóvel comercial na avenida, ressalta que “a melhoria viária é bem vinda, mas o verde é um marco indispensável para o comércio e turismo da região”.



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